terça-feira, 22 de maio de 2007

INICIATIVA X ACABATIVA (Stephen Kanitz)

INICIATIVA é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas idéias. Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.
ACABATIVA é um neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de colocar em prática uma idéia e levá-la até o fim.
Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada um:
Os empreendedores, os iniciativos e os acabativos? Sem contar os burocratas.
Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa.
Um seleto grupo que não se contenta em ficar na idéia e vai a campo implantá-la.
Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos economistas que nunca assinaram uma promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.
Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos.
Sua atenção vai mais para o detalhe que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.
Essa singela classificação explica muita das contradições do mundo moderno.
Empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes idéias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e intelectuais, professores? Entre os quais me incluo? Morrem pobres.
Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar suas idéias, teria parado no Visual Basic.
Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as idéias dos outros? Dizem as más línguas que até copiou algumas.
Essa classificação explica também por que intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa.
Há uma enorme injustiça, na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma idéia, e não para quem a teve. Uma idéia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.
Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos nos ministérios, de professores brilhantes, com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos valorizar mais os brasileiro com a capacidade de implantar nossas idéias.
Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são partes da solução.
O iniciativo almeja ser famoso.
O acabativo quer ser útil.
Se você tem iniciativa, mas não tem acabativa, faça um curso de administração ou tenha como sócio um acabativo.
Há um ditado chinês:
“Quem sabe e não faz, no fundo não sabe”? Muito apropriado para os dias de hoje.
Se você tem acabativa, mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo.
Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só posso lhe dizer uma coisa:
Lamento.

recebi este texto da Adriana de Uberaba e do Alcides da Contabilidade...

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada por postar no Blog, esse texto que gosto muito.
Vira e mexe eu releio, pois ainda tento me achar entre as descrições... Mas já tive muito progresso desde quando o li pela primeira vez há uns 4 anos atrás... Eu me identificava muito com “iniciativa”, pois tinha insegurança em executar minhas idéias, hoje digo que estou mais para empreendedor... Daqui uns 5 anos voltamos a falar sobre isso
Abraços
Adriana F Silva (Uberaba)